Táxi



Ao entrar no táxi, recordava o que acabara de passar enquanto retocava a maquiagem.
Do toque na cintura, do beijo no pescoço, da língua na orelha e da voz rouca no ouvido.
Tudo o que ele fez para conduzi-la ao momento em que ela mesma fez questão de tirar a calcinha.
Simplesmente por que ele conseguiu convence-la, ou vence-la no jogo da sedução .
Lembrava de tudo isso e sorria quando lhe vinha a imagem dos corpos entrelaçados, da pele quente no lencol frio, da temperatura aumentando e de toda a imaginação dele para faze-la chegar ao gozo.
Bem lento
Bem despretensiosamente
Sem pensar no tempo
Aceitando este espaço somente...
Durante o trajeto até sua casa, surgem as memórias do parque de diversões que era o corpo dele, um homem comum sem atrativos latentes, mas que, por causa de suas oportunidades bem utilizadas, mexeu com ela ao ponto de ela romper seus limites somente com a proposta de uma noite de prazeres.
Era uma chance em um milhão de aquela noite ser como foi, mas foi essa chance que se multiplicou em um milhão ou mais de gozos e delícias.
O cuidado posterior ampliou a experiência quando ele foi cavalheiro e, mesmo contrariado de se despedir, pediu-lhe o táxi e deu lhe o número de telefone sem pretensões, só gratidão pela companhia bem curtida.
Sim, ela estava satisfeita, como poucas vezes antes, e aquilo lhe abastecia o corpo e o espírito.

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