O MANTO E A ESPADA 05




















Kareshe

Galtes se pergunta como aquela espada foi aparecer ali...

“Não é possível! Então eu matei aquela mulher de verdade? Maldição! Eu só queria um pouco de paz e sossego e o que eu consigo? Guerra dentro da minha própria casa!” ele pensa.

Ainda não amanheceu, mas o trauma do sonho o deixou receoso de voltar a dormir. Ele permaneceu acordado até que os primeiros raios de sol surgissem. Ao contrário do efeito que o prazer lhe proporcionaria, aquela experiência fora nefasta e destituída de propósito. Essas coisas todas figuravam em sua mente, e a presença da espada confundia-o mais do que explicava. Seeks aparece no aposento com um chá e frutas, queijo e pães para o desjejum se surpreende com a espada Sakrooz desembainhada sobre a cama do cavaleiro.

- Milorde que espada bonita! Mas tem uma aparência...

- Macabra! – interrompe Galtes com a mão na cabeça. A espada tinha uma estrutura graúda, com o tamanho equivalente de um adulto de pé. Iniciando pelo punho, tinha uma jóia vermelha em forma de Losango no pomo. O cabo enrolado em couro curtido até chegar à guarda- mão onde uma outra joia vermelha como a do Pomo, separava os dois lados que na forma de pinças de escorpião.

- Não senhor! Eu diria... Exótica! – O lacaio nota a lâmina cor de ferrugem, o fio lascado e gasto e o Sulco no meio dela ia até a saliência na ponta onde se encontrava a efígie de uma caveira com um sorriso macabro com dentes predatórios. Esta parte em especial apresentava uma reentrância e uma segunda saliência, e nela, a verdadeira ponta fraca da espada. A espada usava a morte como meio de intimidar seus inimigos.

- Sim Seeks, ela não se parece com nenhuma espada comum...

- Pela fé em nosso Senhor não restam dúvidas de que esta espada é amaldiçoada! Convém apresentá-la as autoridades eclesiásticas para que possamos seguir nossas vidas em paz – adverte Seeks.

- Tem razão, vou providenciar isso, mas primeiro gostaria de ver o que ela pode fazer!

Ansioso, Galtes termina seu desjejum e segue a cavalo para um local ermo com algumas árvores afim de entender do que se tratava aquela espada. A espada está enrolada em peles e quando chega ao seu destino ele a revela a luz do sol. A espada brilha cintilante com um espectro sobrenatural.

O cavaleiro começa a fazer alguns movimentos. Como as melhores espadas ela é concisa, tenaz e resistente a física. De repente com um único corte despedaça o tronco de uma árvore!

Atônito, ele solta a espada no chão e a observa com muito medo.

Após ponderar sobre tal poder ele a recolhe e guarda como antes. Se dirige a um rio com torrente forte ali perto. O rio também é muito profundo. Ele pega a espada e a lança no rio com a proteção e tudo.

Convencido de que havia feito o certo ele retorna a casa principal e no resto do dia cuida de seus afazeres e a vida segue normal. Quando interrogado por Seeks ele explica o ocorrido e os dois se dão por satisfeitos com a conclusão do fato.

Lemira tinha acordado muito tarde naquele dia. Tarde e dolorida da noite anterior. Por isso não pôde maquinar nenhuma ideia para capturar a espada na sua forma física. Ela sequer sabia o que havia acontecido. Por estar indisposta, foi substituída por duas outras cozinheiras menos experientes. Quando pôde caminhar e foi a cozinha e todas fizeram festa, pois, apesar de nova ela era competente e tinha uma liderança natural. A rotina voltou ao normal.

A vida seguia e Galtes realmente acreditava que Deus havia lhe livrado da maldição da espada. Ele até volta a dormir normalmente sem que tivesse novos pesadelos.

Lemira tentava quase todos os dias, com suas efusões e temperos emboscar o cavaleiro novamente em pesadelos mas ele parecia imune a suas feitiçarias. Ela precisava refazer seus passos e descobrir onde errou. O tempo se esgotava para ela e precisava da espada cada vez mais.

Um certo dia em que Seeks não estava na fazenda, ela serviu Galtes pessoalmente:

- Muito obrigado minha dama. És nova nesta casa? – pergunta olhando surpreso a beleza da cozinheira.

- Sim, meu senhor. Espero que esteja gostando da comida. Ela é feita diariamente com muito carinho para o seu deleite.

- Sim, é um grande deleite tuas feitiçarias para meu paladar. Tens o toque de poucas, até mesmo da corte de Elmore.

- Obrigado meu senhor – ela recebe os elogios olhando para baixo disfarçando com os cabelos para que o jovem não a reconheça.

- Espera, acho que já a vi em algum lugar... Você já trabalhou na corte? – Galtes lembra da fisionomia da cozinheira, mesmo com ela cobrindo o rosto.

- Provavelmente senhor, eu vim de lá como assistente, mas minha patroa faleceu e eu cheguei aqui sozinha com as credenciais dela – ela mente.

Galtes assente com a cabeça e ela prepara para retirar-se do aposento quando ele termina o diálogo:

- Podemos passear uma dia destes, um dia de sol. – Ela lhe responde com um olhar de consentimento e sai da sala.

Dias depois a bruxa engendra um novo preparado e o coloca na maçã que Seeks oferece ao jovem cavaleiro em uma dessas manhãs bucólicas.

Galtes senta-se a beira do campo e recosta em uma arvore. Ele dorme e novamente tem um pesadelo.

Desta vez ele está se afogando. A sua armadura lhe submerge... e ele vai se desfazendo dela peça por peça até poder alcançar a superfície. Ele está apenas com sua cota de malha, o que o dificulta nadar. Emergindo atrás dele surge uma espectral, a que o encarou do outro lado do rio, quase um mês atrás. Ela tem o porte físico graúdo e, radiante, sai do rio levando o cavaleiro embaixo do braço, como quem sai de uma bacia de água. Enquanto se seca, seus movimentos são de uma dança voluptuosa.

- Eu me chamo Kareshe... antes que a voz simbilante da espectral lhe alcance o jovem corre, mas não consegue distanciar-se pois recebe um golpe de vento enviado por ela.

- Espere eu falar pelo menos, como pode ver você não me oferece ameaça. Então vamos fazer isso de forma tranquila: onde está Sakrooz?

Ela se aproxima dele, nota que o vento lhe arrancara a maior parte das roupas.

- Nú novamente... assim que eu gosto de vocês... simples e indefesos! - Ela notou como isso lhe atiçara a volúpia e se aproxima, pegando-o pela cabeça, beija-o com sofreguidão enfiando sua língua na boca e buscando a língua também. Fica mais algum tempo assim. Quando ela, de repente segura lhe o falo com toda vontade e o puxa para si, como fizera na primeira vez que o viu.

Ela se senta sobre o cajado duro do cavaleiro encaixando-o profundamente. A fenda úmida e quente da espectral lhe inebria e ele está novamente indefeso. Os movimentos são intensos, e, apesar de excitado, ele só pode consentir, uma vez que sofre com aquele terror.

- Vamos homem! Ofereça resistência! Mete esse pau duro em mim! Me diga de uma vez por todas... estou te dando o que quer... o prazer... só quero a espada em troca... ela não significa nada para ti!

Ali perto, no leito do rio, ele nota um brilho que vem se aproximando lentamente...

- Quero você inteirinho dentro de mim, me rasga com esse seu mastro gostoso! Exclama a etérea que se distrai em cima do jovem. O brilho está mais próximo.

Ela levanta a perna passando a canela pelo ombro direito dele. Agora pode-se ver ambos os sexos se acoplando, num sobe e desce de êxtase cada vez o feixe intumescido penetra mais naquela vulva ensopada, fazendo Kareshe delirar.

Lemira se contorce em seu leito e agarra a cama movimentando os quadris do mesmo jeito que Kareshe.

Agora ela passa a outra perna para o ombro esquerdo e pode sentar-se sobre o falo, engolfando-o em definitivo. Como uma seiva o gozo desce pela fenda ruborizada, por entre os lábios rosados e o sino enrijecido. A Espectral quicava cada vez mais rápido naquela estaca dura aproveitando cada segundo de prazer. Quando a chave não se encaixava na fechadura, ela, afastando um pouco, lentamente a ponta inchada do mastro no seu grelo rosado, espalhando todo aquele mel por todo o veio peludo dela, em gemidos e gritos ela permanecia ali, Kareshe sente sua porra quente escorrendo ensopando seus lábios internos e tomando seu veio, facilitando ainda mais aquele vai e vem. Porém Galtes agora tem controle total de seus movimentos. Quando a espectral cai de lado exausta a espada surge em sua mão e, em um golpe, parte a beldade em dois...

Agonizando, ela desaparece como grãos de areia ao vento.

Lemira abre os olhos e, com pesar, vira-se de lado e verte lágrimas. Afinal, neste combate foi o seu vigor, era a morte de mais uma versão sua... a que mais amava, a mais forte delas. Agora só restava mais uma versão de si mesma que ela não gostaria de usar, pois se fracassasse, poderia ser seu fim. Com muito custo, ela senta-se a beira da cama. Bebe uma solução e se recupera da perda. Com dificuldade levanta-se da cama e, no móvel ao lado, já separa os próximos ingredientes para a próxima refeição. Apesar de sair perdendo, desta vez pôde controlar mais ainda o ato e acredita que poderá derrotá-lo na próxima.

Com a espada em punho, Galtes se encolhe pedindo em oração que aquele pesadelo acabe.

Ele acorda.


A espada está a seu lado novamente.

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